"QUALQUER UM PODE JULGAR UM CRIME TÃO BEM QUANTO EU, MAS O QUE EU QUERO É CORRIGIR OS MOTIVOS QUE LEVARAM ESSE CRIME A SER COMETIDO." (CONFÚCIO)

segunda-feira, 28 de março de 2011

Retratos de um sistema seletivo...



É incrível quando podemos ver a realidade que se encontra escondida de nossos olhos como nesta imagem, captada pelas lentes do fotógrafo Pedro Kirilos, da agência O Globo, no último dia 25 de março, durante uma manifestação em Niterói, em que moradores sobreviventes da tragédia cocorrida no Morro do Bumba, em abril do ano passado se reuniram em manifestação contra as falaciosas promessas que receberam do Poder Público de receberem o aluguel social como auxílio.

Pergunto-me, quando vejo um relato tão nítido desta violência levada a cabo por quem na verdade e, constitucionalmente, deveria efetivar a segurança do cidadão, até que ponto se pode suportar esse racismo imposto pelo nosso atual sistema, através do qual se reúnem elementos que tornam o atual Estado Democrático de Direito mera utopia inscrita em um pedaço de papel chamado de Constituição Federal.

A chamada Carta Magna que veio inovar, no ano de 1988 com diversas garantias aos indivíduos e por isso é chamada de “constituição cidadã”, mas nos dias de hoje, com a descarada seletividade do sistema penal por determinados indivíduos, a sua aplicabilidade por vezes resta apagada.

Não é justo que cenas como essa perpetuem a vida em sociedade: os indivíduos que lutam por seus direitos sejam recepcionados - para não dizer violentados - pelo próprio Poder Público, que quando age, aplica um Direito Penal do Autor com o intuito de conter a sociedade que luta por condições igualitárias e dignas de subsistência.

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